13 julho 2012

APÓS DENÚNCIAS, MARIN GARANTE R$ 100 MIL POR MÊS A TEIXEIRA - Raphael Coutinho

Foto: Larissa Ponce/SEFOT-SECOM e Marcello Casal Jr/ABr
Em passagem pelo Recife, o presidente da CBF afirmou que continuará pagando salário (por meio de consultoria) ao antecessor, acusado de enriquecimento ilícito pela Justiça da Suíça. Dava para esperar outra coisa?

Durante sua passagem pelo Recife nesta quinta-feira (12), para anunciar um amistoso entre a Seleção Brasileira e a China, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, preferiu não comentar as denúncias sobre o recebimento de suborno por parte dos ex-presidentes da entidade Ricardo Teixeira e João Havelange. “Prefiro não fazer comentário a respeito desta pergunta”, disse, calmamente. Entretanto, quando o assunto foi a possibilidade de corte do pagamento do salário de consultor a Teixeira, o mandatário da entidade máxima do futebol brasileiro não titubeou e garantiu a continuidade dos depósitos na conta bancária do ex-dirigente.

“Ele (Ricardo Teixeira) contribui com assessoria em nível internacional. Aproveitamos a experiência que o Ricardo tem no futebol internacional. O que foi divulgado (suspeitas de suborno) não tem relação entre Ricardo Teixeira e a CBF”, afirmou José Maria Marin. Teixeira se afastou da presidência da entidade em março deste ano, alegando problemas de saúde, porém sob suspeitas de receber dinheiro, por fora, para programar amistosos da Seleção Brasileira. Mesmo assim, o dirigente continua recebendo vencimentos de aproximadamente R$ 100 mil por mês para prestar uma suposta assessoria.

Curiosamente, José Maria Marin assumiu o comando da CBF justamente por indicação do próprio Ricardo Teixeira. E a tal assessoria prestada pelo ex-presidente da entidade até hoje não foi explicada de forma detalhada por nenhum representante confederação.

Na última quarta-feira (11), um Tribunal da Suíça publicou informações de um processo contra os ex-dirigentes brasileiros, no qual aproximadamente R$ 45 milhões em subornos passaram por suas contas em oito anos, através da empresa de marketing suíça ISL. Na decisão da Justiça do país europeu, Ricardo Teixeira e João Havelange aparecem como os condenados por uma fraude na venda de direitos de transmissão da Fifa para a empresa ISL. Segundo o levantamento, a companhia pagou suborno para os brasileiros entre os anos de 1992 e 2000.

A gestão de Ricardo Teixeira à frente da CBF sempre foi marcada por denúncias de enriquecimento ilícito por parte do ex-dirigente. A TV Globo chegou a exibir um Globo Repórter especial, em 1999, sobre o crescimento do patrimônio do então homem forte do futebol brasileiro. Porém, a mesma rede de televisão assumiu, pouco tempo depois, uma postura, digamos, mais “light” ao abordar a gestão da entidade.


Extraído do sítio Brasil 247

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