23 julho 2012

MENSALÃO: VERDADES E MENTIRAS - Tatiane Pires

Charge do Bessinha: Roberto Jefferson

Em junho de 2005, o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) acusou o PT de “pagar mesada” a mais de 100 deputados da base aliada para que estes votassem a favor do governo no Congresso Nacional. Segundo ele, a “compra de votos” era feita com dinheiro público. Jefferson batizou o suposto esquema de “mensalão” e disse que o “cabeça” era o então ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu.

As denúncias de Jefferson jamais foram comprovadas. Nem ele, nem as três CPIs que trataram do assunto, nem o Ministério Público Federal, nem a Polícia Federal, nem as dezenas de investigações paralelas da imprensa e dos órgãos de fiscalização conseguiram reunir elementos que sustentassem as acusações.

Apesar disso, os adversários do PT (Folha, Veja, Demóstenes e cia.) mantiveram a farsa. E há sete anos repetem diariamente, a seus leitores e eleitores, que o “mensalão” existiu, que o PT é uma “organização criminosa”, que o governo Lula foi o “mais corrupto da história” e que José Dirceu era o “chefe da quadrilha”.

Contra a farsa, a mentira e a ficção, nossa arma mais poderosa são os fatos.

1. O PT pagou mesadas a parlamentares da base aliada - MENTIRA

Fatos: O PT ajudou partidos aliados a quitar dívidas de campanha nos estados, relativas às eleições de 2002 e 2004. Em alguns casos, conforme assumido publicamente em entrevistas e depoimentos, a ajuda não foi declarada à Justiça Eleitoral. Nunca houve pagamentos mensais.

2. O dinheiro era para comprar votos de deputados da Câmara Federal - MENTIRA

Fatos: Nem Roberto Jefferson, nem as investigações posteriores, nem a denúncia do Ministério Público ao STF conseguiram estabelecer ligações entre as datas dos depósitos bancários e as votações na Câmara. Pelo contrário: existem datas em que os saques coincidem com derrotas do governo em votações importantes.

3. Houve desvio de dinheiro público - MENTIRA

Fatos: As transferências para que aliados quitassem dívidas de campanha, que a mídia chama de mensalão, não envolveram dinheiro público. O dinheiro veio de empréstimos feitos junto aos bancos privados Rural e BMG. Por absoluta inconsistência, a acusação de desvio de dinheiro público contra os principais nomes do processo, entre eles José Dirceu, já foi derrubada no STF.

4. Para “bancar o esquema”, o BMG recebeu benefícios do governo - MENTIRA

Fatos: Todas as instituições de fiscalização e controle, entre elas o TCU (Tribunal de Contas da União), atestam que não houve qualquer favorecimento ao BMG.

5. O “mensalão” foi o “maior esquema de corrupção da história do Brasil” - MENTIRA

Fatos: Não houve “mensalão” e não houve esquema de corrupção. Se houvesse, estaria longe de ser o maior da história. O livro A Privataria Tucana, lançado no final do ano passado, fala em falcatruas de bilhões de dólares ocorridas durante as privatizações do governo FHC. O livro está fartamente documentado e virou best-seller, apesar de a mídia e seus articulistas fazer de conta que o livro não existe.

6. O governo Lula fez vistas grossas à corrupção - MENTIRA

Fatos: Nunca se combateu tanto a corrupção como nos governos Lula e Dilma. Somente no governo Lula, a Polícia Federal fez mais de mil operações, com 14 mil presos, sendo 1.700 servidores públicos — além de empresários, juízes, policiais e políticos, inclusive do PT. Em contrapartida, nos anos FHC, a PF fez apenas 28 operações.

7. José Dirceu era o “chefe da quadrilha do mensalão” - MENTIRA

Fatos: Há uma denúncia nesse sentido, que é o centro do processo que será julgado em breve pelo STF. Porém, será preciso primeiro provar que houve “mensalão”. Sem isso, não existe “quadrilha” nem “chefe da quadrilha”. Além disso, José Dirceu, teve todos os seus sigilos quebrados (fiscal, telefônico e bancário) e não se descobriu qualquer conduta irregular, nestas ou em qualquer outra investigação.

8. José Dirceu era o “todo-poderoso” do PT e do governo Lula - MENTIRA

Fatos: José Dirceu é um quadro político muito importante para o PT e teve papel de destaque no governo federal. Ele era presidente do PT em 2002, quando coordenou a vitoriosa campanha de Lula. Depois, afastou-se da direção do PT e assumiu a Casa Civil — um posto de destaque em qualquer governo. Mas José Dirceu não “mandava” no PT e menos ainda no governo. O Brasil é uma democracia com instituições consolidadas, partidos organizados, poderes independentes e imprensa livre. Quem manda são os limites da lei, as construções políticas e a vontade soberana do povo.

9. Se o STF aceitou a denúncia contra os “mensaleiros”, é porque as acusações são consistentes - MENTIRA

Fatos: Com forte pressão da mídia sobre a opinião pública, o STF decidiu receber a denúncia e abrir o processo. Mas isso não significa condenação ou pré-condenação. A abertura do processo serve apenas para que as investigações sejam aprofundadas e para que os acusados possam se defender. Nessa fase, foram ouvidas mais de 600 testemunhas. NENHUMA confirmou a existência do “mensalão”.

10. O PT quer usar a CPI do Cachoeira para “abafar” o julgamento do “mensalão” - MENTIRA

Fatos: Investigações da Polícia Federal mostraram que o grupo de Carlos Cachoeira aliou-se a veículos de imprensa — principalmente a revista Veja — para produzir denúncias contra o governo do PT e favorecer interesses do bicheiro. Isso pode vir à tona na CPI. O PT não quer abafar nada. O PT e a sociedade brasileira querem a verdade que a imprensa passou sete anos escondendo.

11. A imprensa não faz nada além de noticiar, investigar e zelar pela ética na política - MENTIRA

Fatos: Parcela da grande imprensa do Brasil tomou partido. Quando se trata do PT e seus aliados, ela não só investiga e noticia, como também julga e condena — independentemente dos fatos. Nas duas últimas eleições presidenciais, essa imprensa trabalhou ativamente para eleger os candidatos da oposição — produzindo farsas como o famoso ataque da bolinha de papel. Agora tenta manipular a opinião pública e pressionar o STF para ver “comprovada” a tese do mensalão, da qual ela se tornou o principal porta-voz.


Extraído do sítio Tatianaps

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