24 agosto 2012

MERKEL E HOLLANDE PEDEM MAIS ESFORÇOS DE ATENAS


Durante encontro em Berlim, a chanceler federal alemã e o presidente francês apelaram para que a Grécia continue comprometida em aplicar as medidas necessárias para permanecer na zona do euro.

Angela Merkel e François Hollande afirmaram nesta quinta-feira (23/08) que a Grécia deve se esforçar para permanecer na zona do euro, o que, garantem, é o desejo de Berlim e Paris. 

"Encorajo nossos amigos gregos a continuarem no caminho das reformas e sei como esses esforços são difíceis para a Grécia", disse Merkel ao final de um encontro com Hollande em Berlim, acrescentando que "é importante que todos respeitem os seus compromissos". 

Também Hollande apelou aos gregos para que façam o que for necessário para recuperar a economia. "Queremos, eu quero, que a Grécia permaneça na zona do euro. É uma vontade que exprimimos desde o início da crise. Cabe aos gregos fazer os esforços indispensáveis para que possamos atingir esse objetivo", sublinhou o chefe de governo francês.

Na discussão sobre um possível alargamento de prazo para a implementação do programa de reforma grega, Merkel disse que é melhor aguardar o relatório da troika, formada por representantes da União Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional. A análise é aguardada para setembro e deverá ser a base para uma decisão sobre a liberação de mais ajuda financeira.

Berlim rejeita apelo grego

Tema central do encontro entre Merkel e Hollande foi a atitude a ser tomada em relação ao primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, que visita Berlim nesta sexta-feira, prosseguindo para Paris no sábado. A Grécia, altamente endividada, necessita urgentemente de mais verbas para evitar a bancarrota.

O conservador Samaras vem pedindo mais tempo para cumprir as metas estabelecidas pelos credores internacionais. Em entrevista à imprensa alemã, ele afirmou que seu governo não pede "mais dinheiro" e sim "mais espaço para respirar". Falando ao jornal francês Le Monde, Samaras alertou para o efeito dominó que a saída de seu país da zona do euro pode causar e pediu que cessem as especulações sobre uma saída da Grécia da moeda comum europeia.

"Como é possível privatizar alguma coisa se a cada dia líderes europeus especulam sobre uma 'possível saída da Grécia da zona do euro'?", queixou-se o primeiro ministro grego. "Isso tem que acabar".

Uma ampliação no prazo para a implementação do programa de reformas, como quer Samaras, é ideia que encontra forte resistência em Berlim. "Mais tempo não é uma solução para os problemas", ressaltou o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, em entrevista a uma rádio alemã. Na opinião do político, dar mais tempo pode também significar, em última instância, ter que "dar mais dinheiro", o que exigiria um novo programa de resgate, que poderia desestabilizar os mercados financeiros e prejudicar a zona do euro.

Extraído do sítio Deutsche Welle

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