24 janeiro 2013

DILMA E LULA FORMAM ALIANÇA SÓLIDA 'APESAR DE PONTOS DIVERGENTES', AFIRMA INTERLOCUTOR


Dilma e Lula integram uma aliança formada ‘para transformar a realidade brasileira ao longo das próximas décadas’, afirma interlocutor de ambos

Quem apostar em uma divisão nas relações entre a presidenta da República, Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT), “prepare-se para perder muito mais do que dinheiro”. A afirmação ao Correio do Brasil, nesta quinta-feira, partiu de um interlocutor tanto da atual quando do mandatário que deixou o Palácio do Planalto para a sucessora que ele escolheu.

Ao comentar o noticiário e a campanha em curso na mídia conservadora, ambos negativos às forças progressistas, este mesmo integrante de reuniões entre setores do PT e a cúpula política do Planalto afirmou ao CdB que nada passa despercebido nem por Lula, muito menos por Dilma, sendo que “diferentemente do Lula, ela não fala nas entrelinhas”, reparou, ao abordar o discurso da presidenta, em cadeia nacional de rádio e televisão, na noite passada.

– Trata-se aqui do óbvio. A presidenta chegou aos lares de brasileiros e brasileiras e disse, com todas as letras, que há uma campanha orquestrada, na mídia reacionária para ser exato, com o objetivo de inquietar o país – afirmou.

A referência recai sobre o trecho do discurso da presidenta na qual ela afirma que, “desde o mês passado, algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo” fez previsões “sem fundamento”.

– Ora, qualquer organismo sobre a face da Terra que respire oxigênio sabe que a colunista Miriam Leitão, ligada aos diários e TVs conservadoras de propriedade dos grupos majoritários de comunicação no país como Globo, Folha de S. Paulo, Estadão e Veja, vem patrocinando manchetes e páginas inteiras de mau agouro sobre a questão energética, entre outras – disse.

“Cometeram o mesmo erro de previsão os que diziam, primeiro que o governo não conseguiria baixar a conta de luz. Depois, passaram a dizer que a redução iria tardar. Por último, que ela seria menor do que o índice que havíamos anunciado”, seguiu a presidenta em seu discurso, em uma nova referência àqueles que “são sempre do contra”.

– Estão ficando para trás – reparou a presidenta.

A um outro interlocutor, na noite passada, Dilma teria reforçado a informação de que já está em campanha e que conta, de forma segura, com o apoio tanto de Lula, quanto do PT.

– Meu mandato é de oito anos – disse ela, segundo reportagem publicada na última edição do diário especializado Valor Econômico, de propriedade cruzada entre os grupos conservadores de comunicação Globo e Folha de S. Paulo.

Na contramão dos sinais de que não é mais possível sustentar “essa campanha sórdida e politizada dos meios de comunicação que exercem o papel de oposição ao governo”, segundo aquele primeiro interlocutor, as emissoras de TV ligadas aos mesmos grupos que atacam o Palácio do Planalto exibiram logo após o pronunciamento da mandatária um filme publicitário contratado pela secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

– O contrassenso permanece – acrescentou.

Esta defesa inconteste do repasse de recursos, em quantias significativas, para os veículos de comunicação que servem de vetor para aquela tentativa de se intranquilizar o país, conforme a própria presidenta denunciou em seu discurso é, segundo o entrevistado pelo CdB, “sim, um ponto de divergência entre o governo e setores majoritários do PT”.

– Mas o ex-presidente Lula vem conversando com Dilma sobre formas de se solucionar esta questão, sem provocar um ataque de nervos na bancada que defende os interesses dessas empresas. Há, também no Congresso, a formação de um consenso acerca dos abusos cometidos por estes grupos, ligados aos setores mais oligárquicos e retrógrados da sociedade – garantiu.

Certeza nenhuma

Na Câmara, a deputada federal Luciana Santos (PCdoB/PE), titular da sub-comissão que trata das mídias alternativas, vem buscando, junto à Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (AlterCOM), recém-fundada instituição que reúne empresas e de empreendedores da mídia alternativa, formas que possam dissolver “esse nó que representa o poder das grandes empresas para o desenvolvimento democrático das comunicações no país, hoje altamente cartelizado e dominado por meia-dúzia de famílias”, afirmou. Mas isso é certeza nenhuma de que o panorama vá mudar no curto prazo.

– Tanto a secretária de Comunicação do governo, a jornalista Helena Chagas, quanto a própria presidenta, tratam essa questão com um rigor e uma cautela sem precedentes. Parecem temer alguma reação desmedida por parte destas empresas que, internacionalmente, ligam-se aos grandes grupos de mídia e são capazes, uma vez comprometidos os níveis de lucros que geram hoje em dia, de atitudes desesperadas, dentro e fora do país. Um passo errado e até mesmo o desenvolvimento econômico do Brasil poderia ser afetado por uma campanha orquestrada mundialmente, como ocorre com a Venezuela e, mais recentemente, com a Argentina, que resolveu enfrentar esta questão com a Ley de Medios – completou.

Sabedores do poder que detêm, os cartéis da mídia que atuam, interna e externamente contra as forças progressistas, mantêm o tom alto com que tratam os governos que os ameaçam, sendo que, no país, “esta estratégia é cada vez mais evidente”, reparou, no diálogo com o Correio do Brasil.

– Será necessário muito mais do que apenas saliva e boa vontade para retirar desses cartéis a certeza de que mandam e desmandam na opinião pública brasileira. A começar pelas eleições, nas quais Lula representa um fator de inestimável grandeza para que as forças progressistas sigam em frente. Ele é, disparado, o campeão de votos e uma das únicas forças políticas capazes de fazer a diferença no desmanche desses grupos organizados. Vencer todas as disputas programadas no calendário eleitoral brasileiro é o primeiro desafio. Mas há outros e, em todos eles, prevalece o diálogo entre Lula e Dilma que, de forma tranquila e determinada, sempre chega ao consenso. Portanto, quem aposta no contrário, além de perder dinheiro, perde também o momento político porque passa a nação e, como afirmou a presidenta, acaba ficando para trás – concluiu.

Extraído do sítio Correio do Brasil

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